25.2.04

Amor. Somente amor.

A noite estava quente e úmida, uma brisa suave soprava as poucas folhas das árvores em pleno outono.O chão era coberto de grama crescida e verde, molhada do orvalho que caía e da chuva do noite anterior.
Alguns passarinhos cantavam ao longe, acompanhando o ritmo leve da brisa e das ondas fracas que mas chegavam à praia. A espuma branca batia quase imperceptivelmente nas rochas negras e cheias de limo.
Sob a luz avo-azul-enegrecida da lua cheia, a paisagem tornava-se melancólica e aconchegante, harmÔnica. O cheiro de terra limpava o ar cheio de problemas, e o calor da noite acolhia nossos corpos sob o luar.
Nossos olhos, ouvidos, nariz e boa não sentiram o delicioso sabor da noite de outono; concentravam-se uns nos outros: olhos fechados, ouvidos fechados, o nariz apenas respirando e tomando fôlego para que as bocas não precisassem se desligar um da outra.
Nas folhas caídas sob a grama, sob a sombra enorme e negra das rochas costeiras, abençoados pelos olhares mudos das estrelas, ouvindo a melodia do mundo ao nosso redor, a noite passou, linda, esplêndida, maravilhosa. Passou e acabou.
A melhor noite de outono de um vida inteira, tatuada na memória com um amor maior que todos, um cheiro melhor que os outros, um som mais harmônico que qualquer um, e o gosto mais gostoso que uma boca poderia dar. Amor. Somente amor.

18/Jun/2002