25.2.04

(sem título 5)

Se revoltava contra o próprio coração. Entrara numa guerra contra ele, e tentava demove-lo da idéia fixa de que se apaixonara.
Não! Não queria ter se apaixonado. No começo foi bom, poder estar perto daquela pessoa tão maravilhosa, tão amável. Mas agora, vendo que perdia essa meiguice, a única coisa que conseguia fazer era tentar esquecer que se apaixonara.
Cada vez que a lembrança, principal aliada do maldito coração, trazia à tona aqueles bons momentos, a consciência intensificava os ataques ao coração devastando-o tanto ou mais do que a própria falta já o fazia,
Ai, a falta! Como detestava sentir essa falta, esse vazio enorme dentro de si. Era como se corresse em seu interior e de repente se defrontasse com um canyon tão largo e profundo que não era impossível ver o outro lado .
Era sem ver o outro lado do túnel que caminhava, no escuro da indecisão, querendo apenas sair dali, parar de pensar naqueles olhos e naquela boca, e ter enfim, paz. Mas não sabia se era paz que sentia antes ou depois de tocar aquela pele..

2002