25.2.04

The worst Nightmare

Um arrepio passou-lhe pela espinha, um súbito frio na barriga. Os olhos vagavam trêmulos pela sala, reluzindo à luz bruxuleante das velas sobre a mesa. As mãos contorciam-se nervosamente, suadas; as sobrancelhas arcadas espremiam os olhos verdes.
O clima era fantasmagórico, e o som das ondas batendo no costão invadia o ambiente. O vento uivava ao passar pela fresta no telhado, as cortinas balançavam. Os móveis em tom mogno remexiam-se no escuro, moviam-se silenciosamente sob a luz das velas.
Os olhos arregalaram-se, cegos, as pernas andaram, bambas, sua testa enrrugou-se, úmida. Os braços agitaram-se, correu, circulou. O pânico embrulho-lhe o estômago novamente, sentiu vontade de grita, não conseguiu, tentou chorar mas foi incapaz. Brusco uma saída, sentiu um vento, correu em sua direção.
A janela estava aberta, o mar acalmara, o vento também, a lua banhava o mundo em pás. Sorriu. O ar frio entrou no quarto, o vento apagou as velas, a lua amansou os móveis.s O tom vermelho-alaranjado mutou-se num azul-prateado e o mar ondulou em benção: o pesadelo acabou...

10/Set/2002