25.2.04

(sem título 13)

Deixei inebriar-me e senti meus sentidos me abandonarem. Quase bati a porta (eu a estava fechando nesta hora). O mundo girou ao meu redor e sentei, sentindo o torpor tomar conta do meu corpo, enquanto meus músculos relaxavam e minha mente se perdia em horizontes azuis de céu e mar fundidos.
Minha cabeça rodava filmes e filmes, que eu dirigia como se fossem meus melhores sonhos, acreditando na possibilidade provavelmente remota de realiza-los. Deixei a realidade afundar no oceano atormentado de sentimentos que eu carregava agora.
Meu corpo estremeceu com o maremoto que se iniciava dentro de mim, e uma torrente quente de paixão e tesão passeou lenta e deliciosamente pelo meu corpo, andando por debaixo da minha pele.
Como que embriagada, cambaleei e deitei, e a luz acima da minha cabeça resgatou a realidade do fundo daquele oceano direto ao mundo a minha votla. Ouvi o barulho da chuva insistente na janela, e o telefone tocou, resgatando-me definitivamente da minha redoma de vidro cor-de-rosa.

18/Fev/2003