25.2.04

(sem título 7)

Minhas mãos tremem e suam, minha cabeça está confusa. Não mais o que esperar, não há mais por quem lutar. Minhas mãos tremem, estão cansadas, calejadas, arranhadas pelas vezes que ampararam minha quedas. Mas não mais como, onde e nem porque me segurar. O chão é o limite.
Meus olhos estão descrente, secos, até diria vazios, não fosse pela decepção que os preenche. Meus olhos estão descrente, mais escuros do que nunca, frios do mal que invade a mente e imobiliza o coração. Não há mais olhos que espero ver. Não há mias nada a ser visto.
Minha boca está flácida, falsa, falso sorriso a ocupar-lhe. Não há mias o que gere um sorriso de ansiedade, pois não há mias o que ansiar. Minha boca está flácida, falsa, falso sorriso a ocupar-lhe, perene, iludindo a mim e a todos, ornamentando de alegrias inexistentes meu rosto triste. Hoje a tristeza não é passageira.
Minha mente está desnorteada, confusa, em cacos, espalhados sobre ela os últimos acontecimentos, banhados de sangue venoso. Minha mente está desnorteada, não há placas indicando o caminha, não há mais o que fazer. Não há.. Não há? Não há!
Minhas mãos tremem, meus olhos estão descrentes, minha boca está flácida, falsa, minha mente está desnorteada e eu.. e eu? O chão é o limite, não há mais o que ser visto, hoje a tristeza não é passageira. Não é.. Não é? Não é! E agora, José?..

23/Set/2002