25.2.04

Silêncio da lua

Os estilhaços de vidro refletiam a luz da lua e salpicavam o asfalto de estrelas. A brisa fria vinha do mar, e acariciava as folhas das árvores no caminho. As ondas se balançavam deliciosamente, espumando sob o olhar calmo e melancólico da lua.
As casas eram baixas, circundadas de jardins verdes e arborizados, com pintura descascada e aroma de boas lembranças. O caminho que levava à praia era asfaltado e novo, porém já cercado de recordações. O meio-fio era alto, regular, tradicional como nada por ali. A praia era extensa, a areia macia tecida de sonhos, a água cristalina beijando os pés de quem passava por ali.
Os pés banhados pelo oceano, os corpos acolhido pela areia, o prazer abençoado pela lia. O olhar mudo do vento testemunhando a alegria de um momento inesquecível.
As ondas iam e vinham, espumando um néctar divino, a brisa soprava calma e gélida, balançando as árvores, a areia macia voava, leve, e a lua banhava o mundo em sua luz prata-azulada, tão silenciosa quanto as duas bocas que se uniam nesse cenário harmônico e aconchegante.
Os estilhaços de vidro refletiam a luz da lua e salpicavam o asfalto de estrelas... há horas em eu as palavras são dispensáveis...

10/Set/2002