25.2.04

(sem título 10)

A lua não parou de brilhar, nem parou de girar ao meu redor, prata, gélida, cortante. E o mundo girando à luz do dia, rápido, quente, sufocante. A noite calma, seca, asfixiante.
Ar, eu preciso respirar, expirar, expandir! Espaço, preciso de chão! Alma, eu preciso sentir!
Ah, coragem que me falta! E o medo que toma conta, invade, devasta, trava! Alimento a esperança, não aprendi a desistir.
Ainda há uma saída? E será que quero seguir por ela? As coisas não são mais como era, como deviam ser, como que queria que fossem, como eu queria (?) que devessem ser.
Agora não, não me diga o que fazer. Eu não sei mais se quero mesmo saber. Agora quem não quer (?) sou eu (?).
Ainda que muitas perguntas eu tenha, e ainda que muito poucas eu consiga responder; ainda que muito eu tente, ainda que muito você NÃO tente (aparentemente), nada vai voltar a ser o que era. E eu quero te perguntar como tudo isso começou, e por que deixamos terminar assim? Ah, se ao menos você não tivesse engolido a língua, se ao menos não fosse (mos) tão hipócritas(s), se ao menos pudéssemos conversar.
Agora não dá. E hoje não dá. Amanhã é tarde demais.

18/Nov/2002