25.2.04

(sem título 8)

Mundo, mundo, se eu me chamasse Raimundo, seria apenas rima, não seria solução. E que solução para quem nem consegue identificar o problema? E será que há problemas aqui? Será que o único problema não é ter problemas? OU será que o maior problema é ter sentimentos?
Há de se convir que a lua, não importando-se com os mortais que a admiram, nem com os que a odeiam, nem com as estrelas que a rodeiam, não sofre, não chora. Ah. Mas nós, reles gotas nesse oceano de insignificantes, nós somos tão estúpidos a ponto de mar! Pra quê? A lua não ama, por isso não sofre.
E o oceano? Apaixonado, doente de amor! Ah o mar preocupa-se em beijar seus amigos grãos de areia, ondula cumprimentado às amigas estrelas, e cria pérolas em suas escuras profundezas para ofertar à lua.. E a lua fria, frígida! Eu o mar apaixonado, apavorado!
Pânico, pânico, pânico! Medo do amor! Vontade de não amar, de não olhar pro céu. Ah, oceano azul-negro que me compreende tão bem, se pudéssemos ignorar a lua, se pudéssemos anulas o sentimos pelas pessoas! E quando o mar achou que as estrelas eram tão amigas suas quanto ele era delas, veio o amanhecer, o brilho dourado da manhã esnobe, e lá se foram, afastando-se na velocidade da luz, aquelas “amigas”.
Ah, triste fim de um oceano melancólico! Que fará ele agora? Será que ele sabe o que fazer? Será que há algo a fazer? Se a lua pudesse ajuda-lo... mas na há mais relacionamentos com a lua, ela o banha apenas por educação... e tudo é confusão! Oceano, lua, estrelas, mar, e nós, ínfimos e finitos!
[Não há mais por quem lutar, minhas mãos estão cansadas, não vou mias me segurar, vou deixar que VOCÊ se vá..]

30/Set/2002